As Forças Armadas de Cabinda insistem que há “guerra” no enclave. O grupo anunciou a morte de sete soldados angolanos e três brasileiros em confrontos em Maiombe, mas o Governo do Brasil não confirma registo de mortes.
O comandante da frente norte das FLEC-FAC, Boaventura Cardoso Tati, disse à emissora católica angolana Rádio Ecclesia que a presença de militares das Forças Armadas Angolanas (FAA) em Cabindadesmente as versões oficiais, que negam o conflito.
“Quando se diz que não existe nada em Cabinda é pura mentira, [porque] se não existisse nada em Cabinda, porque é que existe a presença militar em Cabinda? Há muita tropa na floresta do Maiombe, saindo de Dimuca até Buco Zau, ao longo de toda a estrada vamos encontrar posições militares”, referiu Tati.
Segundo o comandante das FAC, braço armado da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), as forças angolanas estão posicionadas ao longo da fronteira de Angola com a República do Congo e também com a República Democrática do Congo (RDC).
De acordo com Boaventura Cardoso Tati, a organização recebe ajuda alimentar da população local e apoio militar do exterior, sem revelar a origem, que passa pelos canais oficiais de transporte angolano.
“Só temos dois países que sustentam a guerra em Cabinda, o primeiro é a própria Angola, porque o material militar que a gente utiliza vem do porto de Luanda, passa pelo aeroporto 4 de Fevereiro para Cabinda, passa pelo porto do Lobito”, referiu.
“Nós não temos cooperação militar com a Rússia, [mas] nós usamos AKM, usamos ‘rockets’, vêm de onde?”, questionou, negando apoios dos dois Congos, vizinhos de Angola.